Ontem fui a um evento bastante atípico para mim. Um evento evolvendo arte. Na verdade, era a arte em si. Foi uma Noite Literomusical. Foi uma das apresentações da Semana da Arte de 2019. Chique, né? E realmente é.
Tive muitos motivos para mudar de ideia e deixar pra lá. O meu namorado disse que não ia mais, estava na cara que ia chover, o evento ia terminar tarde, eu teria que voltar para casa sozinha e bem, eu teria que ir sozinha. Não sei ao certo de onde veio toda essa vontade. Eu simplesmente fui. E não me arrependo.
Foi estranhamente relaxante ouvir o músico e o poeta compartilhar com o público algumas de suas obras. Fechar os olhos e ouvir a melodia do violão e a voz firme, porém suave do poeta foi um dos melhores prazeres que já senti. Quase me senti pertencente àquele grupo de pessoas que apreciam a arte há muito mais tempo.
Em um certo momento me veio à mente imagens daqueles dois artistas. Estudando, escrevendo, ensaiando, praticando… Imaginei – e concluí na mesma hora – que foram incontáveis tentativas e erros. Milhares de horas dedicadas a fim de chegar onde estão agora. Um compositor e violonista que já levou a música brasileira a vários países e um poeta que combina as palavras de um modo tão maravilhoso a ponto de nos fazer transbordar em lágrimas.
Não sou uma pessoa de muita cultura, mas acredito na ideia de que esse tipo de experiência nos engradece de uma forma que a ciência não explica. Nos preenche de uma melancolia cheia de luz. Não há explicação. Realmente não há.