Agora a pouco assisti a um vídeo sobre arrependimentos. O título era Coisas que você vai se arrepender depois dos 25. Confesso que fiquei incomodada.
É muito desconfortável perceber que a minha vida está passando tão rápido. E mais desconfortável ainda é tomar consciência do quanto o hoje poderia ser melhor se eu tivesse feito isso ou aquilo.
Como muitos outros vídeos que já assisti no YouTube, esse acendeu uma faísca já bastante conhecida por aqui. A faísca do “vou fazer diferente a partir de hoje”.
Existem duas vozes na minha cabeça nesses momentos de picos motivacionais (isso não é uma referência ao filme Divertidamente; mas as vozes existem mesmo).
A primeira voz é monótona e carregada de frustração. Ela diz, com base em dados históricos(recentes e antigos), que essa vai ser só mais uma tentativa dentre as inúmeras outras que tive até o momento.
– Ahh, é só mais uma daquelas faíscas que cê vai deixar apagar no instante em que for exigido um pouquinho mais de energia de você.
Já a segunda voz – que tem um tom paciente, porém nada passivo – se esforça em me ajudar a aceitar que, sim, eu perdi muito tempo e colecionei umas dezenas de arrependimentos. Mas…
– Vamos pensar de forma prática, Ana Luiza. Se você pretende ter uma vida que não te cause frustrações e arrependimentos, a única opção é tentar de novo amanhã.
Apesar de me passar confiança, essa voz não reduz o desafio que é acreditar em mim mesma, quando tantas promessas foram descumpridas. A probabilidade de falhar de novo e voltar a estaca zero me faz querer poupar energia a todo custo.
Mas a verdade é que, para todos os efeitos, eu já passei dos 25. Se eu quiser parar de colecionar arrependimentos a minha única opção é aceitar que pode dar errado de novo e tentar mesmo assim.
Mudar é desconfortável… Mas ficar no mesmo lugar também é. Agora é só escolher qual desconforto é sensato suportar.