Faz muito tempo que eu não sei o que é deitar a cabeça no travesseiro e me sentir bem com relação ao amanhã. Não sinto mais aquela empolgação de viver; a vontade de fazer acontecer está escapando de mim. Tem muita coisa fora do lugar e eu não tô conseguindo me concentrar em resolver um problema de cada vez.
Faz dias que tô tentando ter um dia offline. E não só de redes sociais, mas também de conversas sem futuro no whatsapp. É isso que tá consumindo meu tempo. Mas, por mais que eu saiba que é isso, ainda assim não consigo evitar perder horas e horas do meu dia pregada no celular. Quando me dou conta, já tô totalmente imersa em um papo que eu nem queria estar.
Perdi o freio, a direção, as rédeas. Realmente é como se eu não tivesse mais o controle da minha vida.
Já são mais de 22hs. Agora a pouco, desliguei as luzes e me deitei para dormir. Fiquei revirando na cama como se tivesse sem sono, mas eu tô com sono. Porém a mente fica a mil por hora pensando em mil formas de fazer o amanhã ser diferente. Às vezes, bate até uma sensação de desespero por querer muito sair desse loop; tentar e tentar e sempre falhar.
Tenho medo de nunca conseguir ser tudo o que eu sempre quis. Tentar e tentar e nunca acertar… No fundo eu sei que consigo e tenho amigos incríveis que me lembram o quanto sou capaz. Mas ainda não consegui usar essa confiança ao meu favor.
Todos os meus dias têm terminado sem nenhuma sensação de dever cumprido e sem nenhuma expectativa para o dia seguinte. Quer dizer, teve um dia ou 2 que eu tive ânimo para planejar o dia seguinte e todos deram em nada.
Perdi o prazer em organizar, planejar, ler, me arrumar, aprender coisas novas… A Luiza que amava essas coisas tá escondida em algum lugar aqui dentro; retraída com medo do fracasso. Todos os dias eu tento trazê-la de volta… sem sucesso.
Uma parte de mim grita a plenos pulmões que vai dar tudo certo, que só depende de mim. A outra parte se encolhe e se envergonha da vida que tem levado. E as duas seguem nessa briga aqui dentro da minha cabeça me causando ansiedade, insônia, medo…
É surreal o desconforto que sinto ao pensar na ideia de tentar de novo amanhã e não conseguir. Sinto medo de verdade e eu sei o quanto isso me faz mal.
Sinto tanta saudade de me sentir bem, produtiva, empolgada. E eu sei que a Luiza verdadeira é assim: ela motiva a si mesma e aos outros, faz acontecer e é animada com a vida. Agora eu só preciso encontrar ela de novo. Ela tá por aqui – em algum canto escuro da minha mente turbulenta – só aguardando para brilhar novamente.