Em alguns momentos da minha vida – quando precisei sentar e me concentrar em alguma coisa importante – eu realmente senti que havia perdido a capacidade de manter a concentração. Mas depois de ler bastante sobre isso, eu vi que não é bem assim.
A verdade é que nesse mundo online – onde podemos acessar milhares de conteúdos em um único dia – nós perdemos a prática de nos concentrar em uma coisa só, mesmo que por pouco tempo.
Concentração é uma habilidade que se você parar de praticar, você desaprende mesmo. Não tem jeito.
E para completar, têm situações externas que dificultam ainda mais o processo. O celular apita, alguém fala com você, um avião passa, você precisa ir ao banheiro…
Existem interferências que não têm como controlar e outras que podemos minimizar. Podemos, por exemplo, pedir para que não nos incomode durante X horas; podemos desligar o Wi-Fi do celular; podemos colocar um fone de ouvido para abafar ruídos.
Mas por incrível que pareça, a interferência mais difícil de controlar vem de nós mesmos. Nossa mente é a nossa maior distração.
Dependendo da atividade que estamos fazendo, às vezes até a parede branca a sua frente fica mais interessante.
O problema é que, a cada vez que você se distrai, você adia a conclusão da tarefa e diminui a qualidade. Adia pois você para o que está fazendo para fazer seja lá o que for. E diminui a qualidade pois você perde o raciocínio, o fio da meada. Às vezes deixa escapar algo importante ou comete um erro por falta de atenção.
Se concentrar é uma das coisas mais difíceis que o ser humano pode tentar fazer. Mas, também é muito necessário quando se quer realizar objetivos.
Para algumas pessoas – e eu me incluo nessa lista – manter um período de concentração chega a ser um sacrifício. Dá uma agonia, uma tremedeira nas pernas, uma coceira na cabeça. Talvez isso aconteça em partes pela ansiedade, mas também é pela falta de costume, de fato.
Concentração é uma habilidade como todas as outras; se você pratica, você fica bom. E com o tempo passa a ser mais fácil e natural.
Para ter sucesso nos seus objetivos, você vai precisar desses períodos de concentração. Especialmente se você tem que estudar de verdade, ler muito, escrever, produzir, usar a criatividade.
Você precisa fazer acontecer; e para fazer acontecer você tem que se empenhar, dedicar tempo ao seu objetivo. Não dá para deixar o mundo – e a nossa mente – nos interromper todas as vezes que precisamos concluir algo. Desse jeito não tem avanço.
Também não adianta exigir muito de nós mesmos. Alguns estudos falam da quantidade de horas que o cérebro consegue se manter concentrado. Mas cada um diz uma coisa, então o melhor a se fazer é você prestar atenção em você mesmo.
Repare.
No começo de um período de foco, você pode se sentir desconfortável e inquieto. Os minutos vão passando e você alcança a máxima capacidade de concentração.
Passam mais alguns minutos e você começa a se auto distrair. Sim, você mesmo começa a procurar brechas para sair do estado de foco porque começa a ficar cansado. É normal isso.
Nós não podemos forçar a barra. Forçar um cérebro cansado é perda de tempo e energia pois ele não vai produzir ou absorver de forma eficiente.
Então, se algo é importante para você, não desista na primeira distração. E nem na segunda ou na terceira. Vão haver muitas distrações no começo e a maioria delas você mesmo vai criar.
Vai dar vontade de pegar o celular, de beber água mesmo sem sede, de puxar conversa com alguém do lado. Mas lembre sempre do porquê precisa se concentrar.
Se pergunte: o que esse tempo de concentração vai fazer por mim? Você não está ali atoa. Você sabe onde você quer chegar. Seus sonhos precisam ser maiores do que as suas distrações.
Sente-se e faça o que precisa ser feito.